segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

a mudança




Não venho cá escrever há imenso tempo e tenho sentido, cada vez mais, que me faz falta desabafar por escrito. A minha vida deu novamente uma volta gigante a nível profissional. Ainda não vos sei dizer se foi uma volta positiva ou negativa, estou na fase de testagem, acho que posso dizer assim. 

Tenho tido dias de tudo. Ora acho que é a fase de adaptação e que, sendo uma nova área de formação, com o tempo vai ao sítio. Ou então acho só que foi a pior decisão da minha vida e não sei onde isto vai dar. O problema é dizer isto em voz alta e com consciência que a decisão está mais que tomada e que agora só tenho que viver com isto. E já sei que alguns vão dizer "eu avisei-te" mas também respondo que quem me conhece sabe que esta seria a minha decisão, que a partir do momento que tivesse uma proposta que me cativa-se, eu iria sempre arriscar. E não falo só de valor monetário. Gosto de arriscar e considero-me ambiciosa, demasiado até, e nem sempre isso é bom. Estou a aprender a viver com esta minha maneira de ser, de querer sempre mais e de exigir demais de mim. E atenção que acho que todos nós devemos ser ambiciosos e querer sempre o melhor para nós, mas sei admitir que isso coloca uma pressão demasiado pesada em nós mesmos. Mas para além de ambiciosa, tenho que ser persistente e pensar que efetivamente esta é a fase de adaptação. 

Coincidências do destino ou não, ontem estava a fazer scroll na televisão e estava a dar o filme "O Diabo veste Prada". E como é um dos meus filmes de eleição, vi pela milésima vez, (acho que já sei as falas, o que é assustador!) e tirei de lá o pensamento que quero manter nesta tal fase de adaptação. A persistência. Sei que muitos vêm este filme como a ligação à moda, mas eu não, de todo. Vejo como a persistência e a capacidade que uma pessoa tem para se adaptar às circunstâncias da vida, que mesmo que tu aches que não te enquadras, podes sempre dar o teu melhor e tirar proveito daquilo que mais te atrai. A finalidade não era trabalhar numa revista de moda, mas tirou proveito de tudo que podia para enriquecer o seu conhecimento e profissionalismo. Sei que não é tão linear assim. Eu própria não estou a conseguir, ainda, pensar exatamente assim, ainda me vem muito ao pensamento que esta não foi uma boa escolha e que dei dois passos atrás. No entanto, quero chegar ao patamar de pensar que pode até não ter sido a melhor decisão mas consegui tirar proveito dela, consegui enriquecer enquanto pessoa e enquanto profissional. Que enquanto cá estiver vou dar o meu melhor, vou aprender, vou ajudar. Depois é depois, e depois vê-se.